Nesta terça-feira, 11, a política de Araguaína ganhou um novo espetáculo: o lançamento de um suposto "coletivo" de vereadores com o nobre objetivo de disputar uma vaga de deputado federal. Pelo menos, essa é a versão oficial. Nos bastidores, porém, a história é bem diferente — e muito mais interessante.
O Na Íntegra foi a campo, ouviu integrantes do grupo, líderes políticos e pessoas próximas, e a conclusão é quase unânime: essa tal união tem menos a ver com representatividade e mais com pressão política. Alguns líderes chegaram a classificar o movimento como um clássico "voo de galinha" — ou seja, nasce empolgado, mas dificilmente sai do chão.
O plano? Oficialmente, fortalecer um único nome para disputar a eleição, com Gideon Soares sendo o favorito. Extra oficialmente, o verdadeiro mentor da jogada é Robert Delmond, e não Marcos Duarte, como se especulava.
Mas eis o detalhe mais revelador: a pressa desse "coletivo" em se lançar ao estrelato não vem da ânsia por um cargo em Brasília, e sim de um fator muito mais imediato. A iniciativa surgiu logo após o prefeito Wagner Rodrigues cortar contratos e exonerar indicados políticos dos vereadores. O que parecia ser um movimento por representatividade é, na verdade, uma tentativa desesperada de pressionar o prefeito.
Aliados de Wagner Rodrigues confirmaram ao Na Íntegra que os vereadores já se reuniram com ele, usando a "pré-candidatura coletiva" como moeda de barganha. Ou seja, o discurso de união e renovação é apenas fachada. No fundo, é o bom e velho jogo de interesses: cargos, poder e influência.
Se essa estratégia vai funcionar? Bem, isso depende de quão disposto o prefeito está a ceder à chantagem — e de quanto tempo esse "coletivo" consegue manter as aparências antes que as ambições individuais falem mais alto.
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