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Sabado, 15 de Marco de 2025
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Política

EDITORIAL: O Silêncio das Autoridades Alimenta a Violência da Guarda Municipal de Araguaína

A Guarda Municipal de Araguaína não protege. Ela aterroriza. Ela violenta. Ela destrói vidas.

Stoff Vieira Costa
Por Stoff Vieira Costa
EDITORIAL: O Silêncio das Autoridades Alimenta a Violência da Guarda Municipal de Araguaína
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A brutalidade da Guarda Municipal de Araguaína já ultrapassou todos os limites da decência, da legalidade e da humanidade. A cada novo episódio de abuso, a pergunta se repete: até quando? Até quando a corporação continuará se comportando como um grupo paramilitar sem controle? Até quando as autoridades permanecerão omissas, assistindo a essa escalada de violência como se nada pudessem – ou quisessem – fazer?  

Desta vez, um vídeo chocante escancarou a covardia dos agentes. Um cidadão indefeso, sem oferecer qualquer resistência, é brutalmente atacado. Mesmo com as mãos para trás, sem representar qualquer ameaça, ele se torna alvo da fúria descontrolada de três guardas. O que deveria ser uma abordagem dentro dos limites da lei se transforma em uma cena de tortura. Um dos agentes dispara spray de pimenta diretamente no rosto da vítima, que se contorce, grita, tenta respirar. Mas o sofrimento do homem não basta para saciar a sanha autoritária dos guardas, que iniciam uma sessão de espancamento covarde, sem qualquer justificativa.  

Diante da indignação generalizada, a resposta da Guarda? O silêncio. A resposta da Prefeitura? Omissão. A resposta do Ministério Público? Inexistente. Como de costume, a violência é exposta, as redes sociais fervem de revolta, mas as autoridades responsáveis fingem não ver.  

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O episódio não é isolado. A Guarda Municipal de Araguaína já acumula um histórico de truculência, mas um dos casos mais emblemáticos de sua brutalidade aconteceu em 12 de março de 2023, quando seus agentes, ignorando completamente uma decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que proíbe guardas municipais de realizarem abordagens policiais, perseguiram um jovem motociclista indefeso. O resultado dessa ação ilegal? A viatura da Guarda colidiu violentamente com a moto de Ezequiel, provocando um acidente devastador que mudou sua vida para sempre.  

Ezequiel sobreviveu, mas sua existência nunca mais foi a mesma. Ele passou meses internado, lutando contra dores insuportáveis e sequelas irreversíveis. Sua família, além de enfrentar a tragédia, precisou lidar com outro golpe: o descaso absoluto das autoridades. Nenhuma ajuda, nenhuma assistência, nenhum amparo. A Guarda Municipal sequer se deu ao trabalho de assumir a responsabilidade pelo que fez. A Prefeitura, cúmplice, ignorou o caso como se a vida de um cidadão fosse descartável. O Ministério Público, até hoje, não deu respostas concretas.  

Ezequiel foi mutilado pela violência do Estado, pela negligência da Prefeitura e pela inércia do Judiciário. Um jovem cheio de planos foi reduzido a uma vítima de um sistema que se recusa a punir seus próprios agentes. Enquanto isso, a Guarda Municipal de Araguaína continua operando como um grupo de extermínio, sob o olhar conivente de quem deveria frear essa barbárie.  

Quando a Lei Será Cumprida?

A pergunta que se impõe é simples: quantas tragédias mais precisarão acontecer para que a Guarda Municipal de Araguaína seja contida? Até quando as autoridades assistirão passivamente a essa sucessão de crimes? Até quando a Prefeitura e o Ministério Público permitirão que uma força de segurança aja como um bando de justiceiros fora da lei?  

O que se vê hoje em Araguaína não é um órgão público cumprindo seu papel. É um grupo armado, sem controle, sem limites, sem respeito à lei e aos direitos básicos do cidadão. A Guarda Municipal de Araguaína não protege. Ela aterroriza. Ela violenta. Ela destrói vidas.  

Se nada for feito, se a omissão continuar a imperar, a questão deixará de ser quem será o próximo? e passará a ser quando será o próximo? A cidade está diante de uma escolha: frear essa máquina de violência agora ou esperar para contabilizar mais vítimas. A impunidade precisa acabar. A lei precisa ser cumprida. A Guarda Municipal de Araguaína precisa ser contida antes que se transforme, de vez, em um perigo ainda maior para a população.

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